De olho

Retinopatia diabética: os impactos oculares que podem ser causados pela diabetes

Os olhos são um dos principais órgãos lesados pela doença. Entre as complicações oculares, a RD é a mais comum

Foto: Jô Folha - DP - A retinopatia diabética é uma complicação do diabetes que afeta os olhos, causando danos aos vasos sanguíneos que ficam na região posterior do olho, a retina

A retinopatia diabética – RD é uma doença causada por lesões nas pequenas artérias que irrigam a retina, danificando assim esse tecido no fundo do olho que capta as imagens que serão lidas e interpretadas pelo cérebro. O surgimento da RD está relacionado principalmente ao tempo de duração do diabetes no organismo e ao descontrole da glicemia, que leva ao aumento nos níveis de açúcar no sangue. O diabetes está associado a diversas complicações, como a disfunção e falência dos rins, do sistema nervoso, do coração e dos vasos sanguíneos. Os olhos são um dos principais órgãos lesados pela doença do diabetes, e entre as complicações oculares, a RD é a mais comum.

Segundo o oftalmologista especializado em retina e vítreo, Marcelo Niemiec Teixeira as complicações relacionadas com o diabetes são a principal causa de cegueira em adultos de 20 a 74 anos de idade. Vale destacar que a RD está se tornando cada dia mais comum em diabéticos de todas as faixas etárias. “Quando o diabetes não está controlado, a hiperglicemia desencadeia várias alterações no organismo que, entre outros danos, leva à disfunção dos vasos da retina.”

A retinopatia diabética geralmente afeta ambos os olhos e se não for diagnosticada e tratada precocemente pode levar à cegueira irreversível. Mas ainda assim, o aparecimento ou avanço da doença pode ser prevenido por meio do controle adequado dos níveis de glicose no sangue; e por meio de exames oftalmológicos regulares, que são essenciais para detectar complicações oculares, decorrentes ou não do diabetes, e desta forma permitir o início aos tratamentos o mais precoce possível, quando as chances de controlar a doença são maiores.

O oftalmologista explica que, conforme a localização, extensão e grau das características clínicas, que devem ser verificadas durante o diagnóstico, a retinopatia diabética pode ser classificada como não proliferativa ou proliferativa. “Nos estágios iniciais, a retinopatia diabética pode não apresentar sintomas visíveis. À medida que progride, podem ocorrer sintomas como visão embaçada, manchas escuras na visão e dificuldade em ver à noite. Qualquer pessoa com diabetes que perceba esses sintomas deve procurar imediatamente um oftalmologista.”

A retinopatia diabética é uma condição ocular que afeta pessoas com diabetes e pode ser classificada em duas categorias principais: a retinopatia não proliferativa e retinopatia proliferativa.

Entre as razões para a perda de visão na RP, estão complicações como hemorragia vítrea, descolamento de retina e glaucoma neovascular. Além dessas complicações, cerca de metade das pessoas com retinopatia proliferativa também desenvolve o edema macular diabético - que é causado por acúmulo de líquido em uma área da retina, a mácula, e é a principal causa de cegueira nas pessoas com diabetes.

A principal diferença entre a retinopatia não proliferativa e a retinopatia proliferativa é a presença ou ausência de crescimento anormal de novos vasos sanguíneos na retina. A RP é mais grave e tem maior probabilidade de causar sintomas visuais e complicações graves. “Por isso as pessoas com diabetes devem fazer exames oftalmológicos regulares para detectar e tratar a retinopatia diabética o mais cedo possível. Cuidar da saúde ocular, especialmente se tiver diabetes, é muito importante, além de procurar médicos oftalmologistas especializados com o objetivo de prevenir ou controlar a retinopatia diabética”, orienta Teixeira.

Diagnóstico e tratamento
Por meio de um exame oftalmológico completo, que inclui o uso de colírios para dilatar as pupilas e permitir que o médico realize um exame detalhado da retina. Além disso, exames como a angiografia por fluorescência e a tomografia de coerência óptica podem também ser usados para avaliar a saúde dos vasos sanguíneos e da retina.

Já o tratamento irá depender do estágio da doença. “Para isto é necessário um controle rigoroso dos níveis de glicose no sangue, podendo ser realizado também um tratamento a laser para selar vasos sanguíneos vazados, injeções intravítreas de medicamentos, e cirurgia para os casos mais avançados”, explica Teixeira.

Como se trata de uma enfermidade que pode ser controlada, assim como os sintomas também podem ser aliviados, o oftalmologista ressalta a importância para a escolha do tratamento precoce e mais adequado. “A recuperação completa da visão pode não ser possível em casos avançados, por isso a detecção precoce e o tratamento adequado são cruciais para preservar a visão”.

Retinopatia Não Proliferativa (RNP)
Também conhecida como retinopatia diabética não proliferativa (RDNP) ou retinopatia diabética não proliferativa simples (RDNP simples), é a forma mais comum de retinopatia diabética. Caracterizada pelas alterações nos vasos sanguíneos da retina, como microaneurismas, que são pequenas dilatações dos vasos, causando hemorragias retinianas e edema macular, sendo este um inchaço na área central da retina. Nestes casos, a visão pode parecer turva e o risco de perda visual ou cegueira aumenta significativamente. “Geralmente, os estágios iniciais da RNP não causam sintomas visuais significativos, mas a condição pode progredir e levar a complicações mais graves”, salienta o oftalmologista.


Retinopatia Proliferativa (RP)
É uma forma avançada e mais grave de retinopatia diabética. Caracterizada pelo crescimento anormal de novos vasos sanguíneos frágeis na retina, conhecidos como neovascularização. Esses novos vasos sanguíneos são propensos a sangrar facilmente, causando hemorragias vítreas, que ocorrem dentro do olho, que acaba levando a complicações como descolamento de retina e glaucoma. A RP é mais propensa a causar sintomas visuais, como visão embaçada, manchas escuras e flutuantes, e, em casos graves, perda de visão.

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